Ao início da tarde desta quinta-feira, já mais de 300 pessoas tinham manifestado o seu apoio a uma petição pública que defende a continuidade do Avenida Café-Concerto, espaço cultural que irá, em breve, fechar portas. O projeto que ali vem sendo dinamizado não resistiu à pandemia, nem à especulação imobiliária.
“O Avenida Café-Concerto reinventa o papel do edifício, como símbolo cultural da cidade, e cria um espaço onde artistas e atores culturais se envolvem com o seu público, contribuindo assim à evolução do património aveirense. Durante os seus quatro anos de funcionamento, o Avenida Café-Concerto tornou-se num espaço que acolhe todas as formas de cultura, dando as boas vindas à dançarinos, cineastas, poetas e donos da palavra escrita, músicos e compositores, fotógrafos e pintores, trazendo de forma constante a diversidade cultural do mundo e celebrando os artistas locais”, é destacado na petição pública.
Os promotores deste documento entendem que “permitir a privação à cidade de um espaço de cultura e comunidade como o Avenida Café-Concerto é não apenas desolador nesta altura em que a cidade é candidata à capital da cultural 2027, mas uma contradição aos critérios desta promoção”.
Nesse sentido, é proposto que “a Câmara Municipal de Aveiro, em trabalho conjunto com o Avenida Café-Concerto e proprietários do local, tentem encontrar um meio termo de comunhão de forma a encontrar maneiras de manter este espaço aberto à comunidade”, frisam. “Este seria o maior testemunho de que a aspiração de ser chamada de Capital Cultural Europeia não é apenas uma questão de rebranding, mas de compromisso e participação reais, a fim de tornar a cultura aveirense em uma verdadeira força criativa, que pode contar com o apoio do seus eleitos e órgãos políticos e administrativos”, vincam.