É já no próximo dia 15 (21h00) que o Teatro Aveirense recebe “TIMBER”, uma produção da Companhia Instável, que junta em palco seis bailarinos e seis percussionistas naquilo que pretende ser “uma viagem às profundezas da existência”.
O espetáculo tem coreografia do catalão Roberto Olivan e interpretação da composição musical pelo grupo de percussão Drumming, dirigido por Miquel Bernat. Nas palavras de Roberto Olivan, “TIMBER” é “uma viagem às profundezas da nossa existência, uma visita a cada recanto que deixámos de visitar devido ao medo, ignorância ou abandono de nós mesmos”.
Uma proposta que parece combinar na perfeição com estes tempos que vivemos, presos a uma série de limitações e condicionantes, motivadas pelo combate à Covid-19. O que não deixa de ser curioso, uma vez que “TIMBER” foi desenhado bem antes de a palavra “pandemia” tomar conta das nossas vidas.
Ainda assim, já eram tempos “em que se levantavam muitas perguntas existenciais sobre o que está a passar na sociedade e no mundo, uma certa necessidade de preencher um vazio”, enquadrou o coreógrafo, em entrevista à Aveiro Mag.
Por força das limitações à circulação, Roberto Olivan teme não poder assistir à apresentação do espetáculo em Aveiro, mas tem a certeza de que a exibição não desiludirá o público aveirense. “Do meu ponto de vista, o espetáculo está a crescer a cada apresentação, ainda mais agora que houve uma pequena alteração de performers”, assegura.
O coreógrafo catalão diz-se agradavelmente surpreendido com a reação do público português a “TIMBER” (ver teaser em baixo). “O resultado tem sido muito positivo. As pessoas têm entrado e viajado conjuntamente com os bailarinos e os percussionistas”, sublinha.
“TIMBER", ainda segundo o coreógrafo, "é um ritual que anseia por uma resposta urgente à autodestruição que temos construído ao longo dos anos. As premissas e valores que considerámos indicadores válidos de progresso não valem nada", afirma o coreógrafo, considerando que o transe hipnótico criado no espetáculo “simboliza o desejo de quebrar as barreiras que limitam o ser humano, mergulhando na liberdade que cada um vê à sua maneira, agitando a sua própria bandeira”.
* Créditos da foto de capa: Joana Rodrigues