A mãe costuma dizer-lhe que a pintura, e as artes em geral, já nasceram com ela. Carla Sucena sempre gostou de criar, desenhar e, de alguma forma, embelezar o mundo que a rodeia. Desde que tirou o curso de restauro e pintura, faz disso profissão, a partir do atelier que criou em Esgueira, Aveiro. Mais recentemente, lançou-se numa nova aventura: lançou a sua própria marca de adornos em massa fria, a Maria Duarte, e está agora a dedicar uma atenção especial às mulheres com problemas oncológicos.
A ideia surgiu na altura em Carla Sucena se apercebeu que nem todos os doentes com cancro se sentem confortáveis a usar peruca. E outros não têm capacidade financeira para as comprar. “Decidi começar a fazer turbantes oncológicos, com um tecido apropriado e confortável, e decorados com flores em massa fria”, enquadra a criadora aveirense, de 43 anos.
Além de serem peças acessíveis a praticamente todas as bolsas – porque “o cancro não escolhe”, repara -, estes turbantes podem ser totalmente personalizados e exclusivos. “Todas as peças são diferentes e podem ser decoradas ao gosto da pessoa”, vinca, a propósito deste novo produto da Maria Duarte.
O nome da marca é uma homenagem à avó materna de Carla Sucena, que sempre gostou “das peças muito minuciosas e bonitas”, como aquelas que agora recebem o seu nome. Toucados, chapéus, travessões e bandoletes. Adornos femininos e únicos, para todos os estilos e ocasiões.
“Gosto muito de criar as peças ao gosto da cliente”, confessa a artista, que vai conciliando a Maria Duarte com o seu trabalho de pintora e restauradora de azulejos a partir do Atelier Real Arte - aliás, é também neste espaço que vai comercializando os acessórios da sua marca.
Carla Sucena desenvolve todos os artigos de raiz, produzindo, inclusive, a sua própria massa fria. Gosta de escolher todos os materiais que usa para criar cada peça, de forma a poder garantir conforto e durabilidade a quem a vai usar. Nos turbantes oncológicos, por exemplo, só usa “tecidos de extrato de bambu”. A esse cuidado com a matéria-prima basta-lhe depois juntar uma boa dose de arte. E de amor.