Têm entre 16 e 76 anos, uns estudam e outros estão reformados. O que os une? Além de serem todos de Sever do Vouga, o gosto pelo teatro e o desafio de poder contribuir para um projeto cultural feito para a comunidade. Este fim de semana, 17 severenses sobem ao palco do Centro das Artes e do Espetáculo de Sever do Vouga (CAESV) para interpretar William Shakespeare em “Quedas D’Água D’Amor”.
Entre os que têm uma vocação natural para a interpretação, há quem não veja em si grande talento para o ofício. Nada disso importa, como explica a encenadora Joana Figueira. “A aprendizagem que vivemos e o crescimento que sentimos revela a importância do projeto, na medida em que envolve a comunidade num processo de reconhecimento e intervenção, tanto individual, como coletivo. Ao valorizar o exercício de uma população mais ativa, ocupamos um lugar vazio e damos forma a diferentes dimensões artísticas, sociais e educacionais”, explica a encenadora.
Apesar de nenhum dos atores ser profissional do teatro, engana-se quem pensa que a qualidade foi posta de lado. Muito pelo contrário. A exigência é grande e começa logo pelo texto. Trabalhar William Shakespeare não é para amadores e o grupo tem dado provas do que é capaz fazer em palco.
Joana Figueira sabia que este não seria um projeto fácil, mas “fazer chegar as histórias e as mensagens de Amor de Shakespeare à comunidade tem sido gratificante”, explica, acrescentando que, durante os ensaios, “envolvemo-nos uns com os outros, com as palavras e o espaço e temos vivido este processo rodeados de Amor, não fosse esse o tema deste projeto”.
Sábado (21h30) e domingo (15h00), o público vai conhecer as personagens Titânia e Pavão, os patronos das fadas e dos faunos, bem como os (des)encontros amorosos, partidas e verdadeiras paixões dos amantes que se inundam com as “Quedas D’Água D’Amor”. Os bilhetes, no valor de 5 euros, estão à venda nos balcões do município.