Na próxima sexta-feira, dia 26 de novembro, às 21h30, Rita Redshoes está de regresso ao palco do Teatro Aveirense, desta vez, para a apresentação do seu mais recente álbum – “Lado Bom” –, um disco marcado pela experiência de ser mãe e pela “transformação de vida gigante” que a maternidade implicou na vida da autora. “Foi a experiência mais forte, mais intensa e, em tantos aspetos, mais transformadora que já tive”, confessa Rita Redshoes, em entrevista à Aveiro Mag. “Diz-se que a maternidade é uma montanha-russa e é, de facto, sobretudo no início. De repente tenho ali uma recém-nascida nas mãos, mas também eu acabei de nascer como mãe. “Lado Bom” é, por isso, “um disco muito íntimo”, mas Rita acredita que também “chegue facilmente a quem não é pai ou mãe porque são relatos de experiências de autoconhecimento e superação dos nossos limites”. “Algumas canções foram escritas enquanto ainda estava grávida, outras, já com a minha filha ao colo. Este disco acaba por ser uma espécie de diário de bordo de todo o processo”, explica.
Rita Redshoes estreou-se a solo com “Golden Era”, em 2008, e, desde aí, já lançou “Lights&Darks”, em 2010, “Life is a Second of Love”, em 2014 e “Her”, em 2016. “Lado Bom” (2021), o seu quinto álbum de originais, inspirado pelos “desafios gigantes” da maternidade, é o seu primeiro disco totalmente escrito e cantado em português. Apesar de tudo, garante Rita, o processo de passar a expressar a sua arte na sua língua-mãe “tem sido muito natural”. “Em palco, já nem me recordo que passei tantos anos a cantar só em inglês. Acho que é um caminho do qual, provavelmente, já não vou sair. Não quer dizer que não possa fazer experiências noutras línguas, mas este processo de encontrar a minha forma de escrever e de cantar em português foi tão longo que, a partir do momento em que estou confortável neste registo, faz sentido que o continue a explorar”.
Outra das novidades do novo disco reside na marca que a harpa – tocada por Eduardo Raon, no disco, e Salomé Pais Matos, nas apresentações ao vivo – imprimiu na sonoridade de “Lado Bom”. “A harpa é o instrumento mais mágico de todos. Tem uma aura muito especial e traz um ambiente e um imaginário muito especiais à estética do disco”, considera a autora.
De acordo com Rita, este disco teve “um parto difícil”. Afinal, “Lado Bom” estava pronto a sair aquando do início da pandemia e que teve de ficar na gaveta, numa espera que chegou a parecer interminável, até que, mais de um ano e meio depois, em finais de setembro passado, pudesse finalmente ver a luz do dia. “É um sobrevivente”, conclui Rita, dando nota que nos primeiros concertos de apresentação, “a reação do público tem sido emocionante”. “É uma mistura de muitos fatores”, introduz, para explicar o carinho que tem recebido nos primeiros concertos de apresentação do novo trabalho: “o facto de não tocarmos e de não estarmos perto do público há muito tempo e de o público, que esteve privado de tudo quanto é espetáculos, parecer ter uma vontade acrescida de ter estas experiências fora de casa; o facto de cantar em português, o que torna a comunicação muito mais direta e o retorno do público mais imediato e recompensador; e também o facto de estar a cantar canções que me são muito queridas e isso acabar por passar para o público, que sente essa entrega”.
Na noite de 26 de novembro, Rita está de volta ao Teatro Aveirense, curiosamente, o mesmo palco de onde partiu a digressão de apresentação do seu último álbum de originais, em 2016. “Foi toda uma aventura. Tinha mudado os elementos da minha banda muito recentemente e só conheci os músicos que passaram a acompanhar-me em palco em Aveiro. Ensaiámos juntos pela primeira vez em Aveiro e montámos todo o cenário em Aveiro. Foi quase uma residência artística intensiva no Teatro Aveirense. Lembro-me de estar super-nervosa – os concertos de apresentação são sempre um caos –, mas também me lembro de um público muito caloroso”, recorda Rita, referindo ainda um desafio com o qual, na altura, terá confrontado o auditório do Teatro Aveirense: gravar a sua própria versão do mannequin challenge, uma tendência de vídeos virais que corria a internet por aqueles dias em que as pessoas permanecem “congeladas em ação” (como manequins), enquanto são filmadas por uma câmara em movimento. O público aveirense alinhou e o registo ainda hoje pode ser recordado nas redes sociais de Rita Redshoes.
Quanto ao concerto da próxima sexta-feira, “as canções novas vão ser os pratos principais do menu”, antecipa Rita Redshoes, avançando, no entanto, que também “haverá canções de discos anteriores, revestidas com novos arranjos com a harpa”. A artista faz questão de sublinhar “o lado cénico muito forte” do espetáculo, no qual as ilustrações que Susa Monteiro fez para as artes gráficas do disco vão estar em grande destaque.
Os bilhetes para o concerto de Rita Redshoes estão à venda no Teatro Aveirense e em ticketline.sapo.pt.