O concelho de Sever do Vouga - pioneiro na produção de mirtilos em Portugal - recebe, a 28 e 29 de outubro, o encontro nacional de produtores do pequeno fruto, num ano marcado por grandes constrangimentos no setor.
“A fileira debate-se com vários desafios e este será, certamente, um importante momento de reflexão, num município que todos os produtores reconhecem pelo legado e importância na história do mirtilo e que acolhe pela primeira vez este evento”, afirma Carlos Adão, presidente da direção da Associação Nacional de Produtores de Mirtilo (ANPM), entidade organizadora, em conjunto com a Cooperativa Bagas de Portugal.
“A gestão eficiente da água, a utilização das novas tecnologias no contexto agrícola, ou a afirmação da qualidade do mirtilo de Portugal, são algumas das temáticas que estarão em cima da mesa”, sublinha o mesmo responsável.
O Encontro Nacional de Produtores de Mirtilo - já na sua 11ª edição - congrega produtores, mas também técnicos, fornecedores, consultores, investigadores e comercializadores, tendo vindo a atrair cada vez mais participantes, nacionais e internacionais.
A organização tem a parceria do INIAV - Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, COTHN - Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional, contando com o apoio da Câmara Municipal de Sever do Vouga.
O mirtilo foi introduzido em Portugal, precisamente em Sever do Vouga, em 1990, pela mão de técnicos holandeses da Fundação Lockorn, instituição que possuía, na altura, uma relação comercial com a Cooperativa Agrícola de Sanfins.
Após experiências efetuadas em vários pontos do país, constatou-se que este concelho do distrito de Aveiro reunia as condições ideais que, associadas às características do solo e do seu microclima, permitiam a produção precoce do mirtilo. A primeira experiência-piloto ocorreu em terrenos da Fundação Bernardo Barbosa de Quadros, na freguesia de Rocas do Vouga, uma plantação que será alvo de uma visita técnica, no âmbito do programa do Encontro Nacional de Produtores de Mirtilo.