O próximo fim de semana fica marcado pelo início do Mar Film Festival, evento organizado pelo Museu Marítimo de Ílhavo e câmara municipal que cumprirá este ano a sua "edição trampolim". "No próximo ano, vamos reinventá-lo, mas sem deixar que o mar seja o mote do festival", desvendou Hugo Pequeno, programador do Mar Film Festival, em conversa com a Aveiro Mag, a propósito da programação deste ano.
Depois de dois anos marcados pela pandemia - e cujos condicionalismos também se fizeram sentir no evento, levando, inclusive, à sua não realização em 2021 -, a organização daquele que é, "a nível nacional, o único festival de temática marítima" aproveitou o interregno para começar a repensar o festival. 2023 será, assim, um ano de mudança, com a promessa de apostar num evento mais próximo da "perspetiva clássica de um festival" e inserindo-o na estratégia da programação de cinema do 23 Milhas, revelou, ainda, Hugo Pequeno.
Nesta edição que antecede a mudança - e que é já a quinta -, a programação estende-se por três fins de semana, cada um deles centrado no ano específico. Ou seja, este sábado, 12 de novembro, e domingo, dia 13, são dedicados a filmes estreados em 2020, seguindo-se, depois, as produções de 2021 e 2022.
Um dos destaques do Mar Film Festival 2022 acontece já no primeiro dia, sábado, a partir das 21h30, com a apresentação do filme concerto “Sol Posto – Capitão Fausto”, que apresenta versões inéditas do repertório da conhecida banda portuguesa e três performances gravadas ao vivo e em exclusivo para o filme que se destacam por acontecerem em três momentos do dia: crepúsculo, noite e alvorada. O filme realizado por Ricardo Oliveira mostra os aspetos da experiência de um concerto e é uma oportunidade de quebrar a barreira física entre palco e plateia ao aproximar o espetáculo do espectador.
Nessa mesma noite, passa também a curta de animação “Lascas”. Realizada por Natália Azevedo Andrade, foi uma das curtas que mais circulou em festivais internacionais e é uma produção europeia que une Hungria e Portugal.
Já o domingo,13 de novembro, é dedicado a documentários que cruzam filmagens entre o passado e o presente. As obras “O que Não se Vê” e “Se o Mar Deixar” são exibidas a partir das 16h00.
“O que não se Vê” é um documentário construído a partir de viagens de pesquisa para um filme nos Açores, entre 2015 e 2016, nas ilhas do Pico e Faial. Anos mais tarde, ao voltar ao material captado, o realizador encontrou um outro filme. Um filme escondido, em que o poder da Natureza e o Acaso revelam uma narrativa sobre a amizade, o cinema e a influência do imprevisto na criação artística. Já “Se o Mar Deixar” é o resultado de 15 anos de filmagens onde se cruzam o olhar de Pedro Aguilar, autor das imagens, e de António Escaleira, um pescador de Azenha do Mar e se narra a história de uma grande amizade entre dois amigos provavelmente improváveis.
Todas as sessões, deste e dos próximos fins de semana, acontecem no auditório do Museu Marítimo de Ílhavo.
Nos dias 19 e 20, o destaque vai para a “Seção especial: António Campos”, com exibição do filme “Gente da Praia da Vieira” e da curta “A Festa” - além das obras de António Campos, passam filmes de 2021, nomeadamente "Entre Ilhas" e "A Viagem de Pedro". A 26 e 27 de novembro mostram-se estreias de 2022, com destaque para "Juunt Pastaza entsari - Águas do Pastaza" (na foto), de Inês T. Alves, e "Azul", de Ágata de Pinho