Se há estabelecimento de ensino pronto para contrariar o estereótipo de que uma escola é feita exclusivamente de salas de aulas, é a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos (EPADRV). Criada em 1991, esta escola ocupa já uma área de 10 hectares, onde nada parece faltar: tem um restaurante, alojamento, hortas, cavalos, vacas e oficinas. Tudo isto para permitir que os seus alunos obtenham uma aprendizagem ainda mais próxima do contexto de trabalho, ao mesmo tempo que são brindados com uma envolvente propícia a promover o bem-estar. É pelo menos essa a sensação que fica para quem deixou a lufa-lufa da cidade para trás e rumou à mata da Vagueira.
O convite passava por ir conhecer o restaurante pedagógico da escola, mas cedo se transformou num belo e completo passeio pelo meio da floresta, das estufas, do estábulo e do espaço de ordenha. Uma imensidão de espaço que, segundo nos viria a explicar depois Paulo Ramalho Alves, diretor da EPADRV, até está um pouco aquém daquilo que é o cenário nas outras escolas de agricultura do país. “Há, a nível nacional, 14 escolas públicas de agricultura e esta até é a que tem menos área”, refere.
Nesta escola que mais parece uma pequena vila, também existe uma residência escolar, uma vez que “dos 244 alunos, 116 são originários dos mais variados pontos, de Chaves a Loulé, ou outros países, e ficam aqui alojados”, conta, por seu turno, António Filipe, subdiretor e professor.
Com quatro cursos profissionais (agropecuária, gestão equina, restauração e manutenção industrial) e um curso de educação e formação (operadores de jardinagem), a EPADRV faz questão de manter as portas abertas à região. Através da sua loja, consegue abastecer, com legumes e flores, várias casas e estabelecimentos; o seu polo de bovinos, que conta já com 115 vacas, vai assegurando uma produção diária de leite na ordem dos 2.000 litros; e o seu estábulo e picadeiros estão sempre prontos para sessões de hipoterapia. “Temos protocolos para permitir que esta técnica terapêutica com cavalos chegue a várias crianças e jovens”, vinca António Filipe, antes de reparar que a educação especial também é, por ali, levada muito a sério. “Temos 31 alunos em educação especial”, especifica o professor da escola que faz questão de “transformar histórias de vida em vidas com história”.
Quanto ao restaurante, serviço que serviu de pretexto para a nossa visita, está pronto para o surpreender de segunda a quarta-feira, das 12h30 às 14h30 (reservas através do telefone 234799830 ou do email eventos@epadrv.edu.pt). Irá ser brindado com os sabores e o atendimento dos futuros técnicos de restauração do país, pela módica quantia de 7,5 euros por pessoa (menu completo, com bebida e café).