Após o cerimonial as intervenções foram-se sucedendo, desde a dos representantes rotários dos três municípios, à dos amigos e convidados que manifestaram cordialmente o seu apreço e admiração a este homem, e amigo - um artista da sua terra que cria sinergias à volta das temáticas regionais e une os seus conterrâneos, envolvendo-os nos seus trabalhos artísticos.
Nesta sessão de companheirismo, a noite foi decorrendo em ambiente festivo e amistoso. O presidente do RCM, Manuel Leite dirigiu-se ao homenageado, como “o nosso Zé”, “comparando-o, em sentido figurado, com a “Amália ou Eusébio da Murtosa”, que leva o nome do município por esse país fora, e para o estrangeiro. Os intervenientes foram enaltecendo e recordando os seus feitos e as suas obras, exaltando a dedicação, esforço, trabalho árduo e constante, ao longo dos anos, tecendo-lhe rasgados elogios: “onde ele põe a mão, ele sabe o que faz, é de dar continuidade ao seu trabalho”; “a sua obra já faz parte do legado da ria”; “a arte é feita com o coração, com sentimento”; “é um profissional de sucesso e tem confiança em si mesmo (…)”.
Já em fase de encerramento o pintor interveio de forma emotiva, agradecendo esta sessão de homenagem e a presença calorosa de todos.
O presidente do município, Joaquim Baptista, enalteceu o trabalho do artista referindo que este, ao concretizar o seu sonho, alimentou o sonho de gente jovem - fazendo referência à presença, na sala, de um grupo de “homens da ria”, intimamente ligados a ele e que “partilham uma paixão, que é um símbolo, um emblema que nunca terminará”.
Lembrou que as gentes da região, envolvidas na manutenção e preservação do barco moliceiro, “sonharam eles também em ter as suas embarcações”. E que apesar das vicissitudes, são “aqueles que, ainda, mais com o coração do que com a razão, tomam a decisão de ter um pedaço de si sobre a água da Ria de Aveiro”.
Salientou que se está a progredir, no sentido de manter e aumentar o número de embarcações genuínas, “sem amputações”, a navegarem e a poderem desfraldar as velas. E que, num primeiro passo, já se conseguiu inscrever o barco moliceiro e a arte da construção naval como património cultural imaterial da Unesco, tendo as declarações e o talento de José de Oliveira, constado no portefólio que foi entregue à Unesco, ajudando a justificar que “este é um barco com vida e com futuro”.
Diamantino Matos, rotário e amigo do artista, finalizou a sessão com um efusivo e criativo discurso, recitando um verso de António Gedeão - “Que sempre que um Homem sonha, o Mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança”-, como analogia à obra e ao homem, José de Oliveira.
Tratou-se de uma meritória homenagem, realizada pelo Rotary Club da Murtosa, a um prestigiado artista da terra, “que com ética e dedicação leva o reconhecimento da sua profissão perante a sociedade”, enquadrando-se no objetivo rotário.
José de Oliveira mantém-se em contínuo labor criativo, divulgando, desta forma, a cultura e tradições da região marinhoa.
- Texto a ser publicado também no jornal O Concelho de Estarreja