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Guardiãs da Natureza: mulheres que protegem o futuro do planeta

Ambiente

A Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto é uma das oito áreas protegidas do país abrangidas por este projeto

 

Com o objetivo de preservar o meio ambiente e estimular a consciencialização ecológica, o projeto Guardiãs da Natureza surge como uma iniciativa inovadora que alia a sustentabilidade, a educação ambiental e a participação ativa da comunidade. Implementado em oito áreas protegidas do país, nomeadamente na Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto, este projeto visa formar “guardiãs” que atuam como multiplicadoras do conhecimento, protegendo recursos naturais e promovendo práticas mais responsáveis, para garantir um futuro equilibrado entre o ser humano e o planeta.

A empresa Business as Nature criou a rede de Guardiãs da Natureza em 2023, com o apoio do Fundo Ambiental/Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, com o objetivo de apoiar as mulheres que queiram ser dinamizadoras locais da recuperação dos ecossistemas, da conservação da biodiversidade e da agricultura sustentável.

Tânia Araújo, gestora operacional do projeto, explica que esta rede foi implementada, numa primeira fase, em oito áreas protegidas de Portugal: Parque Natural do Litoral Norte, Parque Natural de Montesinho, Parque Natural da Serra da Estrela, Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto, Reserva Natural do Paul de Arzila, Reserva Natural do Estuário do Sado, Parque Natural do Vale do Guadiana e Parque Natural da Ria Formosa.

Segundo dá conta a responsável, nesta primeira fase envolveram-se mais de 500 mulheres com perfis muito diversos, contribuindo para a capacitação de mais de uma centena e a conceção de cerca de 90 projetos sustentáveis.

No ano passado, arrancou a segunda fase desta rede, que está em curso, com o apoio do Crédito Agrícola, pretendendo-se implementar os projetos desenhados pelas guardiãs.

Em 2024 foi, ainda, possível alargar a rede a novas áreas protegidas: a Reserva Natural do Estuário do Tejo, o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o Parque Natural do Douro Internacional, o Parque Natural da Serra D’Aire e Candeeiros e a Paisagem Protegida da Serra do Açor e da Lousã.

“As mulheres e as meninas são quem mais sofre as consequências das alterações climáticas, e são, também muitas vezes, elas a liderar o desenvolvimento de soluções para as combater”, sustenta Tânia Araújo. “Vários estudos demonstram que as mulheres têm um papel determinante na ação climática, na proteção ambiental e no desenvolvimento de comunidades mais sustentáveis, pois são importantes influenciadoras da mudança de comportamentos, em parte devido ainda a preponderar o seu papel nas comunidades como cuidadoras e por serem elas que determinam, maioritariamente, as decisões de compra. No entanto, ainda estão em desvantagem na tomada de decisão, pois estão sub-representadas nas instituições onde as decisões sobre estas questões são tomadas”, acrescenta a gestora.

Projetos em São Jacinto

Um dos projetos que está a ser implementado por esta rede é o “Toca – Tempo de Viver a Natureza”, nas Dunas de S. Jacinto, pela guardiã Carla Ladeira. “Artes, ofícios, horticultura, nutrição e ecoterapia estão serviço da saúde humana e planetária, agregando a comunidade no cuidar das paisagens e criando pontes para um futuro melhor” é como é definido.

Outra iniciativa a ser implementada por várias guardiãs das Dunas de S. Jacinto intitula-se “Conhecer para Cuidar”. Trata-se da construção de um jogo lúdico-pedagógico, através da metodologia de design thinking, com e para a comunidade de S. Jacinto, para promover uma maior ligação ao património natural desta área protegida.

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Carla Ladeira diz ser guardiã da natureza desde criança. “A natureza é guardiã das minhas memórias mais felizes”, afirma, dando conta que integrou esta rede desde o início, porque se reconheceu no papel de mulher que a Business as Nature procurava. Residente em Ílhavo, refere que desde sempre viveu “uma relação muito presente com o mundo natural”, tendo, ao longo da sua vida, procurado alargar essa dimensão ao mundo profissional. Tal foi possível, explica, depois de enriquecer a sua licenciatura em Terapia da Fala com a especialização em arteterapia; trabalhando com o mundo natural através da ecopsicologia; e das formações em artes e ofícios ligados ao mundo rural, em horticultura terapêutica, herbalismo, design de jardins terapêuticos e nutrição ortomolecular. Na prática, Carla Ladeira apoia famílias e profissionais que prestam serviços à infância a valorizar uma alimentação na qual “descasquem mais do que desembrulhem, mostrando os múltiplos benefícios de privilegiar alimentos naturais”.

A guardiã dá exemplos de atividades já realizadas em Ílhavo e em Aveiro: orientação de caminhadas imersivas; colheita de sementes de plantas espontâneas na região; criação de pacotes de sementes e sua distribuição no município de Ílhavo; curadoria das atividades desenvolvidas no Jardim Planteia; orientação de um roteiro vivencial de ecoterapia no campus da Universidade de Aveiro para um grupo de mais de 50 estudantes internacionais da Escola Superior de Saúde; e a concretização de um jardim terapêutico em Ílhavo.

“Se cada mulher se juntar a uma iniciativa consciente de cuidar do ecossistema que possibilita a vida tal como a conhecemos, então haverá esperança num mundo mais equilibrado e saudável”. Esta é a mensagem que Carla Ladeira deixa às mulheres interessadas em envolver-se mais na proteção ambiental.

“O trabalho em rede e a cooperação têm uma força extraordinária, fazendo com que o esforço de cada uma se multiplique em impactos positivos quando trabalhamos juntas! Fazer parte da rede Guardiãs da Natureza não é apenas encontrar apoio para a conrectização dos projetos de cada uma, mas também encontrar um conjunto de mulheres que partilham a mesma vontade transformadora do mundo”, acrescenta Tânia Araújo.

 

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