Não herdou o gosto pela música de ninguém da família, mas assim que o descobriu nunca mais o deixou de lado. Muito pelo contrário. Alimenta-o todos os dias, no quarto que é cada vez mais um pequeno estúdio e também nos concertos que vai dando. João Ferro nasceu em Santarém, mas foi em Aveiro que se fez gente e também artista. Aos 20 anos, não lhe falta vontade de singrar no mundo da música.
Foi por causa dela que acabou por mudar de curso. Ao fim de um ano a estudar Engenharia Informática, na Universidade de Coimbra, percebeu que havia uma outra vocação a falar mais alto. A música, claro está. Transferiu-se para o curso de Estudos Artísticos, na mesma universidade, e começa a sentir que esta é, cada vez mais, a área na qual quer trabalhar. “O plano perfeito era poder viver na música. Um plano mais realista passaria por trabalhar em algo relacionado com as artes e conciliar com a música”, perspetiva o jovem músico em entrevista à Aveiro Mag.
João Ferro começou por tocar guitarra, mas a vontade de fazer cada vez mais e melhor, por sua conta e risco, levou-o a diversificar e dedicar-se também aos teclados. Em 2017, começou a produzir a sua própria música e a apresentá-la ao público em plataformas como o Youtube e o Spotify, sem perder o foco no objetivo de futuro: lançar um álbum. “Não sei se será já o próximo passo ou se lanço ainda antes disso um outro EP, mas sim, há-de sair uma longa”, admite.
Influências de FJK e Tash Sultana
João Ferro tem como influências nomes contemporâneos como FKJ e Tash Sultana e diz sentir-se particularmente à vontade com a manipulação de loops de guitarra elétrica e teclado.
Não obstante a juventude do seu projeto musical, já teve a oportunidade de pisar vários palcos, na região e fora dela. Entre os concertos que já deu, há um que lhe deixou uma marca especial. Aconteceu no final de outubro de 2019, no Teatro Aveirense. “Foi importante atuar nesta sala de espetáculos”, recorda. João Ferro sente-se bem em palco. Gosta da interação com o público e da sensação que consegue obter a cada concerto. “Desde o nervosismo antes do concerto até ao final, gosto muito”, ilustra.
Para o futuro, não lhe faltam planos. E sonhos. “O sonho de qualquer artista é chegar a todo o mundo e correr o mundo. Num plano mais realista, é conseguir afirmar-me a nível nacional e percorrer o país”, declara.
Tem consciência que a missão se pode revelar um pouco mais exigente por estar afastado da capital, mas isso não é suficiente para o levar a desistir. “Há menos oportunidades fora de Lisboa, é verdade, mas não é nada que não se consiga”, testemunha, recordando, sem pudor, que para fazer o seu primeiro concerto teve de vestir também a pele de promotor. “Aluguei o espaço, tratei dos bilhetes, da comunicação e lá fiz o concerto”, recorda, a propósito do seu início de carreira.