Entre os dias 15 e 25 de maio, Aveiro volta a ser palco dos Reencontros de Música Contemporânea (RMC), uma bienal promovida pela Arte no Tempo em coprodução com o Teatro Aveirense. Nesta 5ª edição, o festival apresenta um programa diversificado com 11 concertos — entre solistas, música de câmara e orquestra —, um seminário, uma caminhada aural e um estágio para estudantes de música.
O evento destaca a nova criação musical em diálogo com a tradição clássica. Nomes como Boulez, Berio e Ravel surgem lado a lado com obras de compositores contemporâneos como Inés Badalo — a compositora mais representada do festival — e Oscar Bianchi. O maestro Carlos Lopes, natural de Guimarães e em estreia à frente da Orquestra das Beiras, é outro dos protagonistas desta edição.
O programa arranca a 15 de maio (quinta-feira), às 21h30, na Sala Estúdio do Teatro Aveirense, com o trio Taleae e obras para percussão de Pedro Berardinelli, Ricardo Ribeiro, Luís Antunes Pena e Inés Badalo. No dia seguinte, 16 de maio (sexta-feira), às 19h00, também na Sala Estúdio, Nuno Aroso & Clamat apresentam “City Walk”, concerto de lançamento do disco monográfico de João Pedro Oliveira.
No sábado, 17 de maio, há dois momentos: às 19h00, na Igreja das Carmelitas, Gonçalo Lélis interpreta obras para violoncelo solo de Lachenmann, Soveral, Bailie e Bach; às 21h30, na Sala Principal do Teatro Aveirense, o Re:Flexus Trio apresenta obras de Schumann, Kurtág e Nádia Carvalho. Domingo, 18 de maio, às 11h00, o grupo ars ad hoc realiza um concerto comentado para famílias com obras de Debussy, Stravinsky, Iannotta, López López e Berardinelli; às 19h00, na Sala Estúdio, decorre o concerto final do estágio “Nova Música para Novos Músicos”, dirigido por Carlos Lopes, com música mista de jovens compositores portugueses.
A 22 de maio (quinta-feira), às 21h30, o ensemble hand werk regressa a Aveiro com obras de Filidei, Diels, Maierhof, Haddad, Nemtsov e Badalo. Na sexta-feira, 23 de maio, às 10h30, decorre na Universidade de Aveiro (Departamento de Comunicação e Arte) o seminário “Oscar Bianchi sobre Oscar Bianchi”, com o próprio compositor. À noite, às 21h30, na Sala Estúdio, Luís Salomé apresenta obras para saxofone de Boulez, Berio, João Moreira (estreia) e Badalo.
No sábado, 24 de maio, às 11h00, na Praça Joaquim Melo Freitas, Tomás Quintais conduz a caminhada aural “Walkscape – Encounters with Sound”. Às 21h30, a Orquestra das Beiras atua na Sala Principal do Teatro Aveirense com o programa “XX a XXI”, dirigido por Carlos Lopes e com João Casimiro Almeida ao piano, interpretando obras de Ravel, Stravinsky e Inés Badalo (estreia nacional do concerto para piano em versão para orquestra clássica).
O encerramento da bienal acontece a 25 de maio (domingo) com dois concertos: às 11h30, na Igreja das Carmelitas, o Art’Ventus Quintet interpreta obras de Marta Domingues, Luciano Berio, Michele Allegro (estreia) e Luís Carvalho; e às 18h30, na Sala Estúdio, o ars ad hoc apresenta um programa de quarteto de cordas com obras de Mariana Vieira, Isabel Soveral e Oscar Bianchi.
A Arte no Tempo, sedeada em Aveiro e financiada pela Direção-Geral das Artes, tem vindo a desenvolver projetos de grande impacto na promoção da música contemporânea, como os RMC e o Aveiro_Síntese. A par dos concertos e estreias, destaca-se o trabalho da estrutura em formação musical, criação de partituras, mediação com públicos e curadoria de projetos inovadores como os Tubos de Ensaio, sessões escolares e o podcast “Vortex Temporum”. Mais informações estão disponíveis em https://artenotempo.pt.