Um dos símbolos da arquitetura Arte Nova em Aveiro, a Casa Dr. Lourenço Peixinho, situada nos números 56 e 58 da Rua José Rabumba, volta a abrir ao público, agora com uma nova vida enquanto espaço cultural da Universidade de Aveiro (UA).
A reabertura foi assinalada na tarde de segunda-feira, com a inauguração da exposição “Breviário do Quotidiano #8 APQHome”, da artista Ana Pérez-Quiroga, uma instalação que transforma a casa num diário visual feito de objetos, padrões e rotinas. A proposta, que integra o ciclo “O Desenho como Pensamento”, convida o visitante a mergulhar numa narrativa intimista sobre a casa, o tempo e a memória.
Alexandra Queirós, vice-reitora da UA para as Políticas Culturais, recordava, no momento inaugural, que esta casa esteve muitos anos ocupada pela Fundação Jacinto de Magalhães, entretanto extinta. “Depois foi utilizada pelo PmatE (Projeto Matemática Ensino da UA) e, nos últimos anos, estava a ser utilizada pela Secção Centro da Ordem dos Arquitetos, que entretanto saiu; decidimos então dar continuidade à sua ocupação e a reabri-la ao público”, explicava.
Este passo, sustenta Alexandra Queirós, visa responder à estratégia que a UA tem vindo a implementar no que respeita à sua dimensão cultural, “numa ligação muito próxima à cidade que nos acolhe”. A intenção, afirma, é “potenciar a utilização deste espaço com uma outra dinâmica, muito mais virada para a área cultural”, através da realização de exposições e de conversas sobre os mais variados temas ligados à Universidade. “Queremos reabri-la numa lógica de pólo cultural e fazer também um bocadinho a ponte entre a UA e a cidade”, reforça a vice-reitora.
Margarida Almeida, assessora do reitor no âmbito das Políticas para a Cultura, admite que este edifício, património da UA, carece de algum restauro, nomeadamente ao nível do seu mobiliário, que é original, datando de 1900. “Necessita de manutenção permanente, mas é mais fácil acompanhar os processos de restauro e preservação sendo efetivamente utilizada; no fundo, é uma ativação da casa para podermos vir a garantir a sua manutenção”, esclarece.
“Estamos num sítio central, que faz fronteira com outros polos da UA, e que pode fazer a conexão com a cultura e outras áreas, tendo essa componente de exposição dos vários acervos da UA, além de toda a questão da sustentabilidade, cidadania e participação da comunidade”, acrescenta Margarida Almeida.
Também presente neste momento esteve o reitor da UA, Paulo Jorge Ferreira, que deu conta que esta reabertura nasce de uma parceria com os municípios de Águeda, Aveiro e Ílhavo. “Uma universidade deve ser também um pólo que difunde cultura e a reabertura desta casa é um gesto que cuida da cultura em Aveiro; espero que (os presentes) venham aqui muitas vezes no futuro”, apelava.
