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Tercia Carteiras: a arte de transformar trapos em peças únicas com assinatura

Artes

 

Com 72 anos, Ângela Natércia é a mente e as mãos por detrás da marca Tercia Carteiras, um projeto artesanal e sustentável que tem vindo a ganhar destaque em Aveiro. Brasileira de origem e a viver em Portugal há três décadas, foi precisamente há 10 anos que iniciou esta aventura criativa, que começou com modelos mais tradicionais e evoluiu para uma técnica própria que hoje é a essência da sua identidade artística.

No seu ateliê, localizado na Rua Conselheiro Luís Magalhães nº58, em Aveiro, Ângela desenvolve um processo de criação que alia a reutilização de materiais ao design autoral. “A única parte nova das minhas peças é o tecido de cima. Todo o resto são sobras: trapos, tecidos manchados ou rasgados, restos de costureiras. Tenho um baú cheio deles”, explica. A técnica consiste em dar nova vida a esses materiais, criando um tecido único, peça por peça. “Não consigo cortar várias bolsas a partir do mesmo tecido, porque cada bolsa exige a criação de um novo tecido. É sempre único, sempre diferente, conforme a minha inspiração”.

O processo é inteiramente artesanal: desde o desenvolvimento do molde – que Ângela vai ajustando até ficar perfeito – até à montagem da peça final, incluindo as alças, que podem ser de pele natural ou algodão, para responder também ao público vegan. As bolsas e coletes que produz destacam-se pela durabilidade, resistência e, acima de tudo, pela evolução estética que oferecem com o uso. “Quanto mais se usa, mais o tecido abre, revelando novas cores e padrões escondidos. É um produto sustentável e com vida própria”, sublinha.

O público estrangeiro é, por norma, o que mais aprecia e adquire as peças da Tercia Carteiras. Durante a época alta do turismo, entre maio e outubro, as vendas disparam, especialmente através das lojas parceiras no Porto e em pontos de venda como o Hotel Moliceiro, em Aveiro, onde as peças estão expostas estrategicamente em locais como o piano da entrada ou nas mesas. “As pessoas pegam, veem o preço, percebem que estão à venda e compram. Vende muito bem ali”, conta. Curiosamente, os clientes portugueses são mais frequentes durante o Natal, contrariando a tendência habitual.

A marca nasceu de forma espontânea, numa fase em que Ângela ainda produzia modelos mais convencionais. A convite do Hotel Moliceiro, fez uma exposição das suas bolsas, e rapidamente percebeu que havia potencial para algo mais ousado e original. Incentivada por familiares e clientes, investiu na técnica atual que confere personalidade e identidade única a cada peça.

Apesar da sua dedicação e do reconhecimento que a marca começa a conquistar, Ângela não vive exclusivamente do seu trabalho. “Faço porque gosto, porque me sinto bem. É uma distração. Não tenho horários, não dependo disso para viver. Enquanto tiver energia e olhos para trabalhar, continuo”, partilha, com a serenidade de quem encontrou na arte uma forma de expressão pessoal e de conexão com os outros.

A Tercia Carteiras é, acima de tudo, uma história de paixão pela criação, pelo detalhe e pela valorização do que seria descartado. Uma marca que mostra que a sustentabilidade e a beleza podem andar de mãos dadas, e que mesmo os trapos mais esquecidos podem, nas mãos certas, transformar-se em verdadeiras obras de arte.

Pode acompanhar o trabalho de Ângela Natércia no Instagram @angela_natercia e no Facebook em facebook.com/terciacarteiras.

 

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