O fim do MIAP - Movimento Independente Anadia Primeiro, criado em 2013 na sequência de guerras internas no PSD, é o facto político mais relevante nas atuais eleições Autárquicas no concelho bairradino. Em nome daquele projeto político, Teresa Cardoso dirigiu a autarquia nos últimos três mandatos, estando agora impedida de se candidatar. Perante este fim de ciclo, o MIAP extinguiu-se e o seu número dois, Jorge Sampaio, avança pela coligação Anadia Primeiro, que junta PSD e CDS.
“Esta é uma candidatura que quer unir as pessoas, as que estão ou estavam no movimento independente bem como partidos”, explicou o atual vice-presidente da Câmara. O engenheiro civil de 52 anos, autarca em Anadia desde 2002, está à frente de uma candidatura que assenta o seu programa político no Plano Estratégico Anadia 2035, documento que define as grandes linhas de governação para os próximos dez anos. “É muito mais do que um simples programa eleitoral. É uma estratégia para uma década de desenvolvimento, construída com todos e para todos”, descreveu.
O PS, por seu lado, escolheu para sua cabeça-de-lista a engenheira técnica civil Ana Matias, antiga comandante dos Bombeiros Voluntários locais. “Aceitei o convite da concelhia do PS por entender os desígnios pretendidos, nomeadamente no combate à atonia em que o concelho se encontra, e que resulta de um legado que se instalou e que vai perdurando no tempo, que entendo como não saudável para uma democracia, acabando a mesma por se tornar viciada”, explicou a candidata de 48 anos. Entre as prioridades socialistas figuram a habitação, o ordenamento do território, o ambiente, a proteção civil e a inclusão, considerados “eixos fundamentais para a nova era política”.
Tal como Ana Matias, também Mário Rui Briosa concorre à presidência da Câmara pela primeira vez. A escolha da CDU recaiu neste professor do ensino secundário, que avança com o compromisso de “melhorar a qualidade de vida de todos os munícipes”. “Décadas de governação pelas mesmas forças políticas resultaram em estagnação e falta de respostas às necessidades atuais. É imperativo romper com esse ciclo, exigindo uma gestão eficiente, planeada e próxima das pessoas, capaz de criar um concelho mais justo, dinâmico e solidário”, frisou o candidato de 65 anos. Habitação, saúde, educação, proteção ambiental e desenvolvimento económico são pilares da candidatura da coligação PCP/Os Verdes.
O Chega candidata-se às eleições autárquicas em Anadia pela segunda vez. O partido concorre à Câmara com o consultor imobiliário José Menezes. O cabeça-de-lista assume a candidatura “com orgulho, determinação e sentido de missão” e quer “mudar Anadia, dar voz a quem tem sido esquecido e olhar para o futuro com coragem e não com resignação”. Mudar Anadia é investir com visão no sector industrial, atrair empresas, criar emprego e impulsionar o desenvolvimento económico local. Mas é também resolver o problema da habitação, garantindo condições dignas e acessíveis para os jovens, famílias e idosos”, refere.
No último ato eleitoral, disputado em 2021, o MIAP obteve 45,3% dos votos, enquanto o PSD arrecadou 27,1%, o PS 13,2%, a CDU 5,3%, o Chega 2,4% e a Iniciativa Liberal 1,7%. No executivo camarário estão representados o MIAP (quatro eleitos), o PSD (dois) e o PS (um).