O fim de ciclo da atual governação de Ribau Esteves fará com que Aveiro tenha um novo presidente nos próximos quatro anos. O lugar será disputado por um total de nove candidatos, entre eles os irmãos Luís e Alberto Souto.
Nos boletins de voto, os cerca de 70 mil eleitores do concelho encontrarão nove quadradinhos em branco, mais um do que em 2021. Desta vez, o PCTP/MRPP não se apresenta a votos; em contrapartida, o Livre avança com uma candidatura, o que acontece pela primeira vez em Aveiro, e o PAN concorre sozinho uma vez desfeita a coligação com o PS, estabelecida para o sufrágio de há quatro anos.
PSD e CDS concorrem coligados desde 2005, somando por vitórias todas as eleições que disputaram, as duas primeiras com Élio Maia e as três mais recentes com Ribau Esteves. Desta vez, a Aliança com Aveiro, que junta ainda o PPM, avança com Luís Souto, atual presidente da Assembleia Municipal, escolha mal recebida por uma parte do PSD/Aveiro, provocando uma onda de demissões de dirigentes locais.
Biólogo de formação, professor da Universidade de Aveiro e antigo presidente da ADERAV – Associação de Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro, Luís Souto, de 60 anos, assume-se como o candidato da continuidade, mas já anunciou que quer fazer diferente em alguns sectores da governação, como a habitação.
O seu irmão Alberto, jurista e ex-secretário de Estado, é um dos adversários na corrida de 2025. O socialista quer regressar à liderança do município, cargo que ocupou das duas únicas vezes (de 1998 a 2005) em que Aveiro não foi governado por CDS ou PSD. O mais velho dos dois irmãos (66 anos) concorre com o lema “Um Futuro com Todos”, procurando romper com o legado de Ribau Esteves, cujas políticas municipais são muito criticadas em áreas como a habitação ou a mobilidade.
O Bloco de Esquerda, terceiro partido mais votado em 2021, escolheu João Moniz como candidato à Câmara. Este investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa de 35 anos faz da habitação a sua bandeira número um, sustentando que as políticas camarárias contribuíram fortemente para o aumento do preço das casas no concelho. A mobilidade, sector em que defende a criação de serviços municipais e intermunicipais públicos, é outras das principais preocupações.
O Chega concorre com Diogo Machado, um antigo dirigente do CDS que exerceu o cargo de diretor-geral da empresa municipal AveiroExpo. Aos 56 anos, o empresário e antigo deputado municipal assume-se como “uma alternativa séria, transparente e rigorosa aos mesmos protagonistas de sempre”.
O gestor e empresário Miguel Gomes, de 47 anos, apresenta-se pela Iniciativa Liberal, concorrendo pela segunda vez à chefia da autarquia aveirense. A modernização administrativa, a atração de investimento e a adoção de políticas públicas que garantam o crescimento económico são apostas da candidatura liberal.
O Livre estreia-se nas autárquicas em Aveiro com Bruno Fonseca. O cabeça-de-lista de 33 anos, formado em História e Relações Internacionais, nomeia a habitação, a mobilidade e a valorização da participação dos cidadãos como algumas das prioridades da candidatura.